segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

História do Futebol de Mesa Caxiense

Década de 60 - O Início
A Liga Caxiense de Futebol de Mesa - LCFM foi fundada em abril 1965 por Adauto Celso Sambaquy, Vanderlei Duarte, Marcos Zeni, Almir Manfredini, Sylvio Puccineli e Deodato Maggi entre outros, na Faculdade de Ciências Econômicas de Caxias do Sul, tendo como primeiros associados a turma do Recreio Guarany, que contava com Airton Dalla Rosa, Nelson Prezzi, Almir Manfredini, Angelo Slomp e Jorge Compagnoni. O primeiro presidente foi Sambaquy, e a sede era na AABB.
O primeiro Campeonato Caxiense foi realizado em 1963, antes mesmo da fundação da liga, sendo disputado até 1966 na regra gaúcha. Isso porque em 1966 ocorreu em Caxias do Sul no Colégio Nossa Senhora do Carmo o Campeonato Estadual, sendo um grande sucesso aliás, mas o mais importante foi que naquele campeonato se decidiu sobre a unificação das regras gaúcha e baiana.
Então em 1967 devido a um esforço conjunto de Sambaquy, Gilberto Ghizi então presidente da Federação Riograndense de Futebol de Mesa, Ademar, Oldemar Seixas, Roberto Dartanha e Nelson Carvalho foi criada a Regra Brasileira de Futebol de Mesa, em Salvador na Bahia.
Finalmente em 1967 era realizado o primeiro Campeonato Caxiense nos padrões da Regra Brasileira, com as mesas de dimensões maiores e na modalidade lisos, padrão utilizado até hoje em Caxias, tendo como campeão Paulo Valliati.
Devido ao apoio da Federação Riograndense de Futebol de Mesa à unificação das regras, o pessoal que jogava a regra gaúcha não gostou muito, Gilberto Ghizi foi então destituído do cargo, havendo um racha no futebol de mesa gaúcho.
Vale ressaltar que em Caxias do Sul desde que surgiu a regra brasileira sempre se jogou na modalidade lisos, mesmo com os cavados surgindo com muita força ao final da década de 70, talvez isso explique a grande afinidade Caxias x Bahia na década de 70, e as grandes colocações a nível estadual e nacional nesta década.
Década de 70 - Período de Glórias
Época até hoje nunca igualada em termos de conquistas e resultados expressivos fora de Caxias do Sul, feitos obtidos através da grande qualidade técnica e também da integração e amizade entre atletas caxienses com botonistas de outros estados, principalmente os baianos, explicando com isso os grandes resultados obtidos na década.
A nível nacional o destaque maior ficou com Marcos Barbosa, vice campeão brasileiro em 1978 no Rio de Janeiro, perdendo a finalíssima para Jomar Moura da Bahia, mas não foi só, Jorge Compagnoni e Airton Dalla Rosa conseguiram 3º e 4º lugares respectivamente no campeonato brasileiro de Salvador em 1970, isso sem esquecer do 4ª colocação no extinto campeonato brasileiro por equipes em Salvador 1970 (Sambaquy, Walmor Medeiros, Ângelo Slomp) e da 5ª colocação também por equipes em 1971 (Sambaquy, Rudy Vieira, Mario Ruauro), brasileiro este disputado no Recife.
No estado, total destaque para Airton Dalla Rosa, que além de obter o 4º lugar no estadual de Canguçú em 1973, foi o grande campeão gaúcho em 1975, fazendo uma final caxiense contra Marcos Barbosa na cidade de Jaguarão.
Só para ressaltar, todos os resultados citados foram obtidos com times de botões liso.
Apesar das conquistas, em 1976 a Liga Caxiense de Futebol de Mesa é fechada, ficando até 1981 desativada.
Também nesta década começava a despontar um grande botonista, Luiz Ernesto Pizzamiglio que terá alguns de seus feitos relatados na matéria sobre a década de 80.
Década de 80 - Sede no RJ
Localizada primeiramente na sede social do Recreio da Juventude, bem na praça central, e após na sede campestre do RJ, a LCFM teve Luis Antonio Segatto, o Popota, no comando na maior parte da década.
O cavado já dominava o estado, e Caxias por convicção não se jogava a modalidade, portanto os estaduais ficaram de fora do calendário ocorrendo por tabela o afastamento de caxienses dos brasileiros e sul-brasileiros, restando apenas as competições internas.
Apesar de grandes atletas como Airton Dalla Rosa, Ângelo Slomp, Almir Manfredini, Luis Segatto, Beto Gazzola, os quatro campeonatos Caxiense disputados na década, tiveram apenas um dono, Luiz Ernesto Pizzamiglio.
Pizzamiglio que já havia vencido dois citadinos na década de 70 (confira tabela campeões caxiense), papou mais quatro nos anos 80, que se somados ao título de 99 e mais ao tri em 2001, 2002 e 2003 conseguiu 10 caxienses, isso em 13 disputados, uma marca impressionante.
Soma-se a isso mais vinte títulos individuais, entre eles o Troféu 70 anos do Sport Club Internacional, além da 5ª colocação no Campeonato Brasileiro Especial de 1978, tornando Luiz Pizzamiglio o maior vencedor em números de conquistas no cenário caxiense.
Outro fato interessante nessa década, é que a LCFM chegou a possuir três divisões, e em torno de 50 botonistas atuantes na sede campestre do Recreio da Juventude.
Infelizmente em 1988 outra paralização dessa vez até 1997, quando surge um antigo sócio fundador para reativar o botonismo em Caxias.
Década de 90 e anos 2000 - Ressurgimento
Depois de quase 10 longos anos parado, o futebol de mesa ressurge em Caxias no ano de 1997, com o nome de Associação de Futebol de Mesa Caxias - Afumeca, isso graças a Vanderlei Duarte, que com o apoio de Renan Guizzo, Carlos Alberti e Ricardo Borges, ressuscita o futebol de mesa até então desativado em Caxias do Sul.
Vanderlei e estes apaixonados pelo futmesa alugam uma sala na Avenida Rosseti passando inúmeras dificuldades no início, apenas para desfrutarem o prazer de jogar botão.
Após 2 anos, já com a volta de antigos sócios como Luiz Pizzamiglio, Airton Dalla Rosa, Marcos Zeni, Nelson Prezzi, Luis Alberto Gazzola, Clóvis Baixas, Luis Segatto, Eduardo Isler e alguns novos nomes como, Aramis Segatto, Paulo Dias, Gilberto Winkler, João Lionço, Lourenço Alves, Fernando Casara, Daniel Pizzamiglio, Alexandre Prezzi, Rogério Prezzi entre outros, é realizado o primeiro campeonato com um número expressivo de sócios, já na sede da Rua Garibaldi, campeonato este vencido por Luiz Ernesto Pizzamiglio, que aliás também venceria o caxiense daquele ano de 1999.
Neste período o futebol de mesa ainda se reestruturava em Caxias do Sul, havia uma tímida renovação, que mais tarde viria com força com a chegada de Daniel Maciel para a associação no início dos anos 2000.
Anos 2000
Passados quase quarenta anos desde a fundação da LCFM em Caxias, o grupo de associados começa a atravessar um período natural de renovação. Além dos filhos dos sócios, Daniel Pizzamiglio, Alexandre Prezzi e Rogério Prezzi surge uma nova safra de associados no início dos anos 2000, com a presença de Ednei Torresini e mais tarde de Daniel Maciel trazendo seus primos Mário Jr. e Paulo Rodrigues, sem contar com novas idéias e ambições.
O primeiro passo para renovação e crescimento proposto por Maciel após muita insistência e alguma resistência de alguns mais conservadores, foi a filiação da agora Associação de Futebol de Mesa Caxias do Sul na FGFM. Mas existia outro problema, Caxias sempre jogou liso, e no estado só se jogava cavado, foi aí que surgiram pessoas importantíssimas para a volta do liso no estado, André Marques, Cláudio Schemes, César Keunecke, Breno Kreuzner entre outros.
O próximo passo agora era evoluir no jogo novamente, e foi através das integrações promovidas com o pessoal do Grêmio de Porto Alegre , além de dar a cara a bater nos estaduais experimentais de lisos que Caxias voltou ao cenário estadual.
Em 2006 era o ano da volta do liso no estado, após o sucesso de alguns torneios realizados como termômetro, chegava a hora do liso ressurgir com força, e Caxias como não podia deixar ser mais justo ficou com a tarefa de organizar o I Estadual de Lisos, que foi um sucesso. O resultado na mesa também foi um sucesso, Daniel Pizzamiglio obteve o ótimo vice-campeonato.
Enquanto internamente o equilíbrio prevalecia nas competições, em campeonatos externos Caxias começava a se destacar. Além do vice estadual de Pizzamiglio, Daniel Maciel tinha sido 3º colocado no centro-sul em Pelotas 2007, além da participação em dois brasileiros de pelo menos sete associados diferentes, acrescentado experiência aos atletas.
O nível de jogo estava muito bom em casa, mas faltava um título externo, então Daniel Pizzamiglio depois de 33 anos traria o estadual novamente para Caxias do Sul.
O que resta agora é manter a sociedade trazendo novos associados, além conseguir chegar ao nível de disputa de títulos nacionais, assim como era nos anos 70, colocando a Afm onde ela merece.
Texto de Daniel Pizzamiglio, botonista da AFM.

Um comentário:

  1. No primeiro campeonato brasileiro devemos fazer uma modificação histórica, pois tanto o Airton Dalla Rosa como o Jorge Compagnoni ficaram com o terceiro lugar. Para explicar melhor, o campeonato individual foi separado em duas chaves.Na chave A ficou o Jorge e na B o Airton.As colocações foram as seguintes: Chave A: 1º José Marcelo (Sergipe), 2º Oldemar Seixas (Bahia), 3º Jorge Compagnoni (R. G. do Sul) e na chave B: 1º Átila Lisa (Sergipe), 2º José Santoro Bouças (Pepe) (Bahia) e 3º Airton Dalla Rosa (R.G. do Sul). Os dois primeiros de cada chave disputaram uma partida para saber quem seria o campeão, sendo vencida pelo Átila Lisa. A colocação final ficou sendo essa:
    1º Átila Lisa (Sergipe)
    2º José Marcelo (Sergipe)
    3º Oldemar Seixas e José Santoro (Bahia) pois não houve desempate, ficando os dois com a terceira posição.
    4º Airton Dalla Rosa e Jorge Compagnoni (R.G. do Sul) da mesma forma não houve desempate, sendo então considerados os dois como quartos colocados no primeiro campeonato brasileiro.
    Há de se destacar que os meninos do Rio Grande do Sul tinham 14 e 15 anos e jogaram contra adultos com vários anos de prática na modalidade baiana, com mesas grandes e botões lisos.

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